O preço do silêncio: o que se repete nas famílias e afasta os casais
Mesmo com ambos os parceiros trabalhando fora, ainda é comum que as mulheres se sintam sobrecarregadas com as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos. Muitas relatam, na terapia de casal, a sensação de que a ajuda do companheiro vem como um favor, não como corresponsabilidade.
Essa desigualdade não é, necessariamente, culpa de um ou de outro, mas reflexo de padrões culturais herdados, muitas vezes repetidos sem questionamento. No início, o desequilíbrio pode passar despercebido ou até ser romantizado. Mas, com o tempo, ele gera frustração, ressentimento e afastamento. A mulher sente-se sozinha; o homem, confuso diante do mal-estar. E a relação se desgasta.
Filhos que crescem nesse ambiente tendem a repetir esse modelo em suas futuras famílias, perpetuando um ciclo empobrecedor. Eles perdem a chance de uma convivência mais rica com ambos os pais, e o casal, de uma parceria mais profunda.
Revisitar esses papéis é fundamental — não como cobrança, mas como um convite à construção de uma convivência mais justa, afetiva e consciente. A terapia de casal pode oferecer um espaço seguro para esse diálogo e transformação.